12 de outubro de 2011

12-10-2011 09:55

Hoje venho dizer-te que nevou

no rosto familiar que te esperava.

Não é nada, meu amor, foi um pássaro,

a casca do tempo que caiu,

uma lágrima, um barco, uma palavra.

 

Foi apenas mais um dia que passou

entre arcos e arcos de solidão;

a curva dos teus olhos que se fechou,

uma gota de orvalho, uma só gota,

secretamente morta na tua mão. 

  

  

     Eugénio de Andrade