POEMA DO DIA

21 de novembro de 2011

21-11-2011 14:48
Guia-me a Só a Razão   Guia-me a só a razão. Não me deram mais guia. Alumia-me em vão? Só ela me alumia. Tivesse quem criou O mundo desejado Que eu fosse outro que sou, Ter-me-ia outro criado. Deu-me olhos para ver. Olho, vejo, acredito. Como ousarei dizer: «Cego, fora eu...

18 de novembro de 2011

18-11-2011 08:26
O Maestro Sacode a Batuta   O maestro sacode a batuta, A lânguida e triste a música rompe ... Lembra-me a minha infância, aquele dia Em que eu brincava ao pé dum muro de quintal Atirando-lhe com, uma bola que tinha dum lado O deslizar dum cão verde, e do outro lado Um cavalo azul...

17 de novembro de 2011

17-11-2011 08:54
  Não posso adiar o amor para outro século Não posso Ainda que o grito sufoque na garganta Ainda que o ódio estale e crepite e arda Sob montanhas cinzentas E montanhas cinzentas Não posso adiar este abraço Que é uma arma de dois...

16 de novembro de 2011

16-11-2011 09:21
Grandeza do Homem   Somos a grande ilha do silêncio de deus Chovam as estações soprem os ventos jamais hão-de passar das margens Caia mesmo uma bota cardada no grande reduto de deus e não conseguirá desvanecer a primitiva pegada É esta a grande humildade a pequena e pobre grandeza...

15 de novembro de 2009

15-11-2011 09:04
Leitura   Quando por fim as árvores se tornam luminosas; e ardem por dentro pressentindo; folha a folha; as chamas ávidas de frio: nimbos e cúmulos coroam a tarde, o horizonte, com a sua auréola incandescente de gás sobre os rebanhos. Assim se movem as nuvens comovidas no...

11 de novembro de 2011

11-11-2011 08:31
Cantar do Amigo Perfeito   Passado o mar, passado o mundo, em longes praias, de areia e ténues vagas, como esta em que haverá de nossos passos a memória embora soterrada pela areia nova, e em que sobre as muralhas quanta sombra na pedra carcomida guarda que passámos, em longes...

10 de novembro de 2011

10-11-2011 09:02
O Poema A tinta e a lápis Escrevem-se todos Os versos do mundo. Que monstros existem Nadando no poço Negro e fecundo? Que outros deslizam Largando o carvão De seus ossos? Como o ser vivo Que é um verso, Um organismo Com sangue e sopro, Pode brotar De germes...

9 de novembro de 2011

09-11-2011 14:09
Quase um Poema de Amor   Há muito tempo já que não escrevo um poema De amor. E é o que eu sei fazer com mais delicadeza! A nossa natureza Lusitana Tem essa humana Graça Feiticeira De tornar de cristal A mais sentimental E baça Bebedeira. Mas ou seja que vou envelhecendo E...

8 de novembro de 2011

08-11-2011 09:04
Num Bairro Moderno   Dez horas da manhã; os transparentes Matizam uma casa apalaçada; Pelos jardins estancam-se as nascentes, E fere a vista, com brancuras quentes, A larga rua macadamizada. Rez-de-chaussée repousam sossegados, Abriram-se, nalguns, as persianas, E dum ou doutro,...

7 de novembro de 2011

07-11-2011 12:10
REGRESSO Por toda a parte espectros Do mapa percorrido em cinco e quarenta Prolongados anos A cidade encontra O espectro do que eu fui Saído dos horrores da adolescência Filtra obscuramente O meu imo Que não conheço Vem [irreconhecível Ao meu encontro Tacteamo-nos no...
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